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Amália Rodrigues

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biografia
 
Amália Rodrigues foi uma cantora, atriz e fadista portuguesa, considerada a voz de Portugal e uma das mais brilhantes cantoras do século XX. Ela nasceu em Lisboa, a 23 de julho de 1920, e morreu na mesma cidade, a 6 de outubro de 1999. Está sepultada no Panteão Nacional, entre outras ilustres figuras portuguesas.

Filha de beirões radicados na capital, foi deixada ao cuidado dos avós maternos quando os pais regressaram à Beira Baixa. Tendo tido, ainda muito nova, várias ocupações - desde bordadeira até empregada de balcão -, cantou pela primeira vez em público em 1935, numa festa de beneficência, acompanhada por um tio. Ainda como fadista amadora chegou a usar o nome de Amália Rebordão, apelido que aproveitou de um dos seus irmãos, na altura um pugilista relativamente conhecido.

Como profissional, estreou-se em 1939 no Retiro da Severa. Logo no ano seguinte atuou em Madrid, dando início a uma carreira nacional e internacional jamais igualada por qualquer outro artista português. Ainda em 1940, estreou-se como atriz no palco do Teatro Maria Vitória, como atração convidada, na revista Ora Vai Tu !, seguindo-se, nos anos seguintes, muitas outras participações em peças revisteiras (Espera de Toiros, Essa é que é Essa, Boa Nova, entre outras), operetas (Rosa Cantadeira, A Senhora da Atalaia e Mouraria, por exemplo) e teatro declamado (A Severa, 1955).

Tornou-se conhecida mundialmente como a Rainha do Fado e, por consequência, devido ao simbolismo que este género musical tem na cultura portuguesa, foi considerada por muitos como uma das suas melhores embaixadoras no mundo. Aparecia em vários programas de televisão pelo mundo afora, onde não só cantava fados e outras músicas de tradição popular portuguesa, como ainda canções contemporâneas (iniciando o chamado fado-canção) e mesmo alguma música de origem estrangeira (francesa, americana, espanhola, italiana, mexicana e brasileira).

Marcante contribuição sua para a história do Fado foi a novidade que introduziu de cantar poemas de grandes autores portugueses consagrados, depois de musicados, de que é exemplo a lírica de Luís de Camões ou as cantigas e trovas de D. Dinis. Teve ainda ao serviço da sua voz a pena de alguns dos maiores poetas e letristas seus contemporâneos, como David Mourão Ferreira, Pedro Homem de Mello, José Carlos Ary dos Santos, Alexandre O’Neill ou Manuel Alegre.

Amália Rodrigues falava e cantava em castelhano, galego, francês, italiano e inglês. Em 1943 iniciou sua carreira internacional atuando no Teatro Real de Madrid. Entre 1944 e 1945 ficou oito meses em cartaz no Casino Copacabana. Sua estreia no cinema deu-se em 1947 com o filme Capas Negras que foi um sucesso mundial e que ficou mais de um ano em cartaz sendo o maior sucesso do cinema lusitano até hoje. A canção “Coimbra” atingiu a segunda posição da Music Chart Popularity - a tabela de êxitos musicais predecessora da Billboard Hot 100 -, da revista estadunidense Billboard em 1952. Em maio de 1954 Amália foi capa da mesma revista pois o álbum Amália in Fado & Flamenco atingiu a primeira posição entre os mais vendidos nos Estados Unidos. Neste mesmo ano atuou no Radio City Music Hall em Nova Iorque por quatro meses.

Algumas das músicas mais famosas de Amália Rodrigues são:
  • Nem às Paredes Confesso: um fado-canção composto por Artur Ribeiro, Ferrer Trindade e Max, que foi gravado por Amália em 1955 e que se tornou um dos seus maiores êxitos. A letra fala de um amor secreto que a cantora não revela a ninguém.
  • Uma Casa Portuguesa: um fado-canção composto por Artur Fonseca, Reinaldo Ferreira e Vasco Matos Sequeira, que foi gravado por Amália em 1953 e que se tornou um símbolo da cultura portuguesa. A letra fala da simplicidade e da alegria de uma casa típica portuguesa.
  • Coimbra: um fado-canção composto por José Galhardo e Raul Ferrão, que foi gravado por Amália em 1947 e que se tornou um sucesso mundial. A letra fala da saudade de Coimbra, a cidade dos estudantes, e do amor que lá se viveu.
  • Povo Que Lavas no Rio: um fado tradicional com letra de Pedro Homem de Mello, que foi gravado por Amália em 1963 e que se tornou uma das suas canções mais emblemáticas. A letra fala da vida dura do povo português, que sofre mas não perde a esperança.
  • Cheira a Lisboa: uma marcha popular composta por Carlos Dias e Norberto de Araújo, que foi gravada por Amália em 1964 e que se tornou uma das suas canções mais alegres. A letra fala do encanto de Lisboa, a cidade das sete colinas, e do seu cheiro característico.
  • Foi Deus: um fado-canção composto por Alberto Janes, que foi gravado por Amália em 1952 e que se tornou uma das suas canções mais religiosas. A letra fala da gratidão a Deus pela voz que lhe deu e pelo dom de cantar o fado.
  • Barco Negro: um fado-canção composto por David Mourão-Ferreira e Caco Velho, baseado numa canção tradicional do Alentejo, que foi gravado por Amália em 1954 e que se tornou uma das suas canções mais dramáticas. A letra fala de uma mulher que vê o seu amado partir num barco negro e que teme nunca mais o voltar a ver.